O Brasil enfrenta uma grave crise de saúde pública após a confirmação de cinco mortes em São Paulo decorrentes da ingestão de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol. Além disso, três casos suspeitos estão sob investigação em Pernambuco, segundo a Secretaria Estadual de Saúde, o que registrariam 8 vítimas no total até o momento.
Especialistas alertam que o metanol pode ser utilizado para adulterar não apenas destilados, mas também cervejas e vinhos. A substância, altamente tóxica, é de difícil detecção sem exames laboratoriais e pode causar cegueira, insuficiência respiratória e morte. No cenário global, estima-se que cerca de 126 mil pessoas morram anualmente por intoxicação relacionada ao metanol.
Na capital paulista e em cidades do interior, mais de 800 garrafas de bebidas foram apreendidas em bares, adegas e distribuidoras, após suspeita de adulteração. Estabelecimentos foram interditados e pelo menos um bar na zona leste de São Paulo foi fechado, enquanto uma adega na zona sul segue sob investigação. Clubes também suspenderam temporariamente a venda de bebidas alcoólicas.
Entre as vítimas está um jovem que permanece em coma após consumir gin supostamente adulterado. Segundo familiares, seu estado de saúde é considerado “muito crítico”. Outras vítimas confirmadas foram identificadas em boletins médicos e reportagens, incluindo trabalhadores do setor de serviços que haviam adquirido as bebidas em comércios de bairro.
O governo federal apresentou um plano emergencial que envolve fiscalização integrada, reforço no rastreamento de lotes, campanhas de conscientização e ampliação da rede hospitalar preparada para casos de intoxicação. A recomendação das autoridades é que consumidores evitem bebidas de procedência duvidosa e fiquem atentos a preços muito abaixo do mercado.
O Ministério da Saúde determinou a notificação imediata de todos os casos de intoxicação por metanol em território nacional e iniciou negociações com a Organização Mundial da Saúde (OMS) para a criação de uma reserva estratégica de antídoto. O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que o número de registros deve aumentar nos próximos dias, à medida que o sistema de vigilância é reforçado em todo o país.
As investigações continuam para identificar a origem das bebidas adulteradas, enquanto estados e municípios intensificam a mobilização para conter novos casos.
											
								
								
															

